Sou a partir de hoje o director do Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra. Trata-se de um novo desafio que, apesar das circunstâncias difíceis nas quais vivemos – e às quais, naturalmente, as instituições universitárias não escapam –, assumo com motivação e empenho. Retomo um fragmento daquilo que sobre o Centro afirmei hoje durante a tomada de posse:
Ao contrário do que poderá pensar quem o não conheça bem, o Centro de Documentação 25 de Abril integra um dos mais importantes e diversificados arquivos nacionais para a história contemporânea de Portugal, em particular aquela que acompanha as últimas duas décadas da ditadura e as duas que sucederam à Revolução dos Cravos. Muitos milhares de livros, publicações periódicas, actas de reuniões decisivas, cartazes, panfletos, fotografias, autocolantes, textos diarísticos, depoimentos gravados em suporte áudio ou vídeo, agregam o testemunho vivo de um tempo próximo e de transformação que influencia poderosamente o presente que partilhamos. Não se trata pois de um lugar marcado pelo revivalismo e pela nostalgia, mas sim de um espaço vivo de conhecimento, de investigação e de projecção da história e dos fundamentos da cultura democrática em Portugal.